Jovem tem dificuldade em mudar jeito de ser
CARREIRA
Intimidade indevida com chefia pode causar conflito hierárquico
Eles são a geração da internet.
A geração da velocidade, da multinformação, da busca de desafios constantes. Produzem
muito,criam muito e querem fazer a diferença na empresa.
São os jovens da chamada geração Y, que abrange os nascidos a partir de 1983. As empresas
estão lidando com eles há algum tempo e os valorizam efetivamente.
Mas será que esses jovens estão mesmo plenamente integrados no ambiente corporativo?
Será que tudo vai bem, obrigado?
Não. Não exatamente. As qualidades dessa geração são bem conhecidas e já foram
exaustivamente louvadas. Só que existem também ressalvas, particularmente quanto a questões comportamentais. E disso falam os consultores de carreiras e profissionais ligados à seleção de estágios e trainees.
O presidente do Instituto Via de Acesso, que seleciona jovens para estágios em empresas,
RuyLeal, diz que uma das questões a considerar no que podemos chamar de “pecados” da geração Y na área profissional é o pouco preparo para enfrentar um “não”, pois esses jovens foram tratados, em casa, de forma protetora pelos pais (a chamada geração X).
Outro comentário de Leal é quanto ao pouco interesse dos jovens em informar-se sobre as
regras do mundo corporativo, de seu funcionamento, da cultura, do aspecto hierárquico.
“Eles concordam que a escola não dá essas informações, mas também, em geral, não procuram
conhecer o que é o mercado por conta própria.”
E com ele concorda a consultora de carreira Marisa Silva, da Career Center: “Realmente
vejo pouco interesse nesses jovens em conhecer como funciona o mundo corporativo.
E muitas vezes eles recusam começar com tarefas mais básicas, sem paciência para esperar a
evolução, que é natural numa empresa.”
HIERARQUIA
Nas regras pouco conhecidas do mercado, entra por exemplo a questão da relação com a chefia.
De acordo com o médico psiquiatra Içami Tiba, autor de vários livros que abordam temas educacionais, os jovens da geração Y “migram” o comportamento de casa para a empresa:
“Eles tratam o chefe como tratam o pai, mas não em relação a respeito, e sim à intimidade, à
informalidade. Acham que podem falar o que pensam no tom a que estão acostumados em casa.
Só que o chefe pode aceitar isso de seu próprio filho, mas não do funcionário”.
A conclusão é o choque entre as gerações Y e X no ambiente empresarial. E considerando essa
incompatibilidade, a presidente da Companhia de Talentos, Sofia Esteves,tem um recado à geração Y: “Lembrem que os profissionais mais velhos têm muita relevância, muita importância
para a empresa, que não está nem um pouco interessada em perdê-los”.
Ela comenta que o acesso desses jovens às lideranças da empresa é facilitado, “e eles de certa
forma abusam levando questões que não são pertinentes, nem devem ser tratadas por diretores
ou presidentes. ”
Renan Miranda, de 22 anos, administrador de redes de telecomunicação
da Localcred, é efetivado na empresa e está cursando o segundo ano de Engenharia
de Telecomunicações. E falando sobre comportamento, ele diz: “Eu trabalharia de bermuda e
camiseta, mas sei muito bem que preciso me adaptar ao ambiente, inclusive no modo de
me comportar. “Ele participa de reuniões para tocar projetos e isso propicia conviver com pessoas mais antigas na empresa. “E na minha vida profissional, que começou
aos 16 anos, eu tenho em geral estado no lugar que deveria normalmente ser de alguém mais
experiente. Então, pela minha idade, tenho de me esforçar para ganhar a confiança, porque é
normal enfrentar certos receios.” Ele então se tem dedicado muito, inclusive em fins de semana,
ou madrugada, trabalhando em projetos. Aliás, essa é uma característica comum à
geração Y, segundo Tiba: produzir muito e com rapidez. E mais: “Eles conseguem trabalharem projetos de características diferentes com muita facilidade.”
AUSÊNCIA
Outro aspecto comentado por profissionais que lidam com os jovens é a prática de faltar a
eventos importantes no âmbito profissional, e isso inclui até entrevista de emprego. Ou um
compromisso relativo ao processo de seleção.
“Marcamos dinâmicas de seleção para preencher as vagas de estágio. E esses compromissos
são marcados com os candidatos por telefone em dia e horário de conveniência deles.
E posso afirmar que a maioria simplesmente não comparece”, diz Leal, do Via de Acesso. As rãzões alegadas, segundo ele: “Ah,émuitolonge...”;“Muitocedo, não levantei não....”
Sofia também tem contato com esse tipo de comportamento.
“Nos treinamentos dentro das empresas, há muita ausência”.
Ela diz que os jovens parecem não perceber que esses treinamentos são trabalho e
não extensão da escola: “Nesses eventos eles estão sendo avaliados e é preciso mostrar resultados”. E não é incomum que as empresas escolham jovens com
comportamento mais compatível com o que os empregadores esperam, mesmo que tecnicamente esses indivíduos sejam menos preparados que outros.
“Já vi isso acontecer muitas vezes”, diz Leal, enfatizando que as dinâmicas seletivas são justamente feitas para avaliar o lado comportamental.
Sofia, da Cia. de Talentos, que no ano passado recebeu cerca de 800 mil jovens para seleção,
diz que há dificuldade de preenchimento de vagas.
O motivo: comportamento inadequado do candidato. “Há empresas que flexibilizam um
tanto esse aspecto, mas há outras que simplesmente recusam a pessoa”.
Sofia diz ainda que a geração Y está habituada a que a família faça sua“agenda”(ginástica, inglês,
natação, esportes, etc...) e aí se acostumam a receber as coisas prontas. E na empresa,
lhes falta iniciativa de buscar, fuçar, se informar.
Ela ainda enfatiza que para esses jovens “o mundo gira em torno dos seus umbigos”, explicando que em geral eles têm dificuldade em reconhecer sinais não verbais, e em casos de falhas ou fracassos tendem a colocar a culpa nos outros.
Para Leal, falta também fazer um plano de vida, o que inclui a carreira. Eles vão viver
muito mais que a geração atual, com certeza. “E aos 60, 65 anos estarão em plena produção. O
que significa que terão pelo menos 40 anos de vida profissional diária pela frente e sem um plano, um foco, correm o risco de serem infelizes por acabar fazendo algo que não queriam.”
VALORIZAÇÃO
Para a estagiária Mariana Waitemann, do Instituto Solví, o que mais a está satisfazendo é a
valorização que a empresa dá a ela e a seu trabalho. Ela tem 20 anos e está cursando Comunicação.
Seu primeiro emprego foi numa instituição bancária.
“Eu de certa forma trouxe de lá uma certa frieza de comportamento, porque era um ambiente
em que se ficava apenas olhando para uma tela. Mas aqui encontrei um clima bem mais informal, mais solto. Então também me soltei, brinco com as pessoas, sinto aqui calor
humano.”
No contato com presidente e diretores, ela esquece um pouco a informalidade, mas mantém
o bom humor, “porque assim tudo evolui de maneira mais tranqüila”.
Desafios? Ah sim, Mariana precisa deles. “Sem desafios, acho que as coisas perdem a importância.”
RH está atento a possíveis conflitos de geração
●●●As empresas sabem muito bem quanto valem os profissionais da geração Y e estão dispostas
a se esforçar para mantê-los. As exigências em relação a um comportamento adequado, compatível com os valores da empresa, permanecem, mas os gestores desses jovens têm sido orientados na maneira de abordá-los ou dar feedback.
“O RH está muito preocupado com essa nova realidade. A convivência desses jovens com os
mais experientes pode sim causar conflitos”, diz a diretora-executiva da Topmind, Sandra Mauro.
A busca nas empresas, diz Sandra, está sendo no sentido da conscientização, do aconselhamento.
E seria recomendável que as empresas procurassem colocar esses jovens profissionais em
áreas que pedem um ritmo mais ágil, mais criatividade, mais desafios, inovações. “Evitar colocá-los em funções que envolvam tarefas analíticas, de maior duração, prazo maior de maturação”.
Aos gestores, o recado de Sandra é: fale a língua desses jovens, mas puxe sempre para o racional. Separe a pessoa do problema. Foque os fatos e os faça pensar. “Não os aborde com críticas, mas com aconselhamento. Porque em geral são pessoas muito carentes.” Enfim, diz ela, envolva o jovem pelo carinho, pelo bom senso e pela cumplicidade.
Sandra diz ainda que esses jovens precisam respeitar e principalmente admirar o gestor,
aquele que os aconselha. “Se ele não admirar a chefia, vai provavelmente boicotá-la”.
Para Sandra, essa realidade representa um desafio para “todos os lados”. ● MTM
Curso orienta sobre uso de internet na empresa
Hoje, é comum o uso do e-mail e da internet para pesquisar, estudar, escutar música, ver vídeos
entre outras coisas. Essas ferramentas, porém, são mal aproveitadas por muitas pessoas,
principalmente no ambiente corporativo.
Dentro desse contexto, há uma preocupação crescente quanto ao uso do e-mail e da internet,
tanto que, em algumas empresas, os novos colaboradores assinam um termo de responsabilidade sobre o uso correto desses canais de comunicação e ficam
sujeitos a penalidades caso descumpramas regras.
Com o objetivo de auxiliar os jovens nessa questão, o Centro de Integração Empresa-Escola
(Ciee) desenvolveu o curso a distância E-mail e Internet: uso adequado no ambiente corporativo.
De forma interativa, o curso apresenta conceitos e estratégias promovendo contatos produtivos
e, conseqüentemente, boa imagem para o colaborador e para a empresa.
“O jovem não pode usar a mesma linguagem do orkut, doMSN, na empresa, onde é exigida uma
comunicação formal”, destaca Rosa Simone, supervisora de Educação a Distância do Ciee. “O
acesso à internet é possível na maioria das empresas, porém por política de segurança alguns
sites são bloqueados, justamente para evitar acessos não autorizados que podem causar contaminação por vírus e sobrecarga na rede”, acrescenta Rosa.
O curso tem duração de uma hora e o Ciee recomenda que seja realizado em cinco dias. Em seu
conteúdo são abordados temas como envio e recebimento de mensagens, redação inteligente
de e-mails, curiosidades no uso de e-mails e o que pode e não pode ser feito em relação aos e-mails corporativos.
As inscrições serão abertas no dia 26 de novembro no site www.ciee.org.br.
OUTRAS OPÇÕES
Ao todo, a instituição oferece gratuitamente 23 cursos de Educação a Distância (EaD). Para participar de qualquer um deles, o estudante precisa acessar o site do Ciee e efetuar cadastro no banco de dados. ●
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domingo, 2 de novembro de 2008
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