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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Como escovar os dentes.

Buscando formas de fazer a aula, consegui achar alguns softwares muito bons para o intuito.

Existe um programa que grava as imagens do computador que é o Camtasia Studio, dizem que é o mais usado para fazer videos aulas.

Para inserir audio no video, temos:

VÍDEO - FORMATAR E INSERIR LEGENDAS EM ARQUIVOS .AVI

Programas necessários: VobSub + VirtualDub + K-Lite Codec Pack

1ª Parte – Abra o programa VobSub
  • 1 – Clique em “Open”…selecione o arquivo da legenda…
  • 2 – Clique em “Edit”… “Select Font”…selecione “Tahoma”… “Normal”… “26” …clique em “Primary”…selecione “Amarelo”…em “Outline” selecione 2…e em “Shadow” selecione 3…clique em “Apply” e “Ok”…
  • 3 – Clique em “Save as” … digite o nome do arquivo (igual ao nome do arquivo .avi)…em “Salvar como” selecione “Sub Station Alpha .ssa” …”Ok”…e pronto…

2ª Parte – Abra o programa VirtualDub

  • 1 - Clique em "File"... "Open video file".... selecione o arquivo .avi.... "Abrir"...
----------------------------------------------------------------------------
Caso receba um aviso que o arquivo está codificado com o áudio em VBR, temos que converter para CBR – (caso não receba pule esta parte e continue no ítem 2)…
  • clique em "File"... "Open Video File"... selecione o arquivo…”Abrir”
  • clique em "Audio"... selecione "Full Processing Mode"
  • clique em "Audio"... "Conversion"... selecione para "44.1 Khz, 16 bit, Stereo"...
  • clique em "File" ... "Save Wav"... salve na mesma pasta do video avi... ( é rápido)...
  • Clique em "Audio"... selecione "Wav Áudio"... "Abrir"...
  • Clique em "Video"... "Direct Stream Copy"…
(para testar se tudo ficou ok, faça o seguinte: clique no botão de "Play O" …. se o áudio estiver adiantado ou atrasado em relação ao video clique em “Interleaving”… caso o áudio esteja aparecendo antes do vídeo ajuste o “delay” em milisegundos positivos…caso o áudio esteja aparecendo depois do vídeo use milisegundos negativos (com o sinal de "-" na frente)…clique no "Play O" de novo...e vá alterando o delay até que video e áudio estejam sincronizados).
  • Clique em "File"... "Save as AVI"…
Escolha um novo nome para o arquivo .avi”… clique em "Salvar"...
Depois de alguns minutos você terá um novo arquivo .avi com áudio em CBR.
------------------------------------------------------------------------
  • 2 - Clique em "Video"... "Filters"... "Add"... "Subtitler"....
  • 3 - Selecione o arquivo da legenda…”Ok”…”Ok”…
  • 4 - Clique em "Video"... "Compression"... selecione "XVid"...
  • 5 - Clique em "Configure"... em “Calcule”... e ”Ok”…
  • 6 - Clique em "File"... "Save AVI"... escolha uma pasta...dê um nome para o vídeo... “Ok”….
Aguarde a finalização...(+-2 horas (dependendo do tamanho do filme, da velocidade de sua máquina e de outros programas que estiverem rodando).


E finalmente para gravar PPT, que são os arquivos powerpoint em video AVI, MPEG, etc. tem o E.M. Powerpoint Video Converter.

Abraços

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Inscrições para bolsas do ProUni 2009 estão abertas

24/11/2008 - 09h21
Da Redação UOL, Em São Paulo

Estão abertas desde esta segunda-feira (24) as inscrições para o ProUni, programa de bolsas de ensino superior do governo federal. As inscrições serão feitas apenas online, pela página do MEC (Ministério da Educação).O prazo para pedir o benefício se encerra às 21h de 12 de dezembro. Há bolsas integrais e de 50% da mensalidade. O benefício vale para estudantes que ainda não estão matriculados na instituição em que pretendem estudar.Podem se candidatar às bolsas integrais, é preciso ter renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio (R$ 622,15 em valores de hoje). As parciais destinam-se àqueles com renda familiar, por pessoa, de até três salários mínimos (R$ 1.245).Para participar do programa, é necessário ter nota superior a 45 no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2008 - prova objetiva e redação.Também é requisito ter feito todo o ensino médio em escola pública ou, no caso de escola particular, na condição de bolsista integral. O programa é aberto a alunos que estejam concluindo ou já ter terminado o ensino médio.Quem já fez um curso superior não pode receber bolsas do ProUni.

Inscrição
Ao efetuar sua inscrição, o candidato deverá escolher cinco opções de faculdade. O critério de seleção será a nota no Enem. A primeira chamada está prevista para 17 de dezembro de 2008. Os candidatos pré-selecionados deverão procurar as faculdades, entre 5 e 30 de janeiro, para apresentar a documentação exigida para a matrícula.As instituições poderão, ainda, aplicar prova de vestibular para a aceitar a matrícula dos bolsistas. As provas deverão ser anunciadas com antecedência de 48 horas aos candidatos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Moda - Look profissional

http://dnamulher.uol.com.br/secao_interna.cfm?oid=501&areabanner=Moda


Moda

Look profissional

19/11/08

Vestir-se corretamente no ambiente de trabalho é sinônimo de credibilidade

Por Ana Paula Shcleier

Ilustração do Evento
A primeira impressão é a que fica, e gostando ou não do ditado, ele parece valer – e muito! – nos locais de trabalho. “Quando você se veste para qualquer ocasião, quer passar uma certa imagem, e, no trabalho, essa imagem é a de que é uma pessoa séria e adequada ao tipo de empresa e ao cargo”, explica Milla Mathias, consultora de imagem. Portanto, transmitir, por meio das roupas, a idéia de como você é profissionalmente conta muitos pontos!

Para não errar na vestimenta ao entrar em um novo emprego, observar o local e as pessoas que ali trabalham é imprescindível; apenas alguns minutinhos já são suficientes para identificar o perfil da empresa. Independentemente dos trajes exigidos no seu local de trabalho, o importante é ter o bom senso e a consciência de que, ali, o que vale são os atributos não-corporais. “A intenção não é mostrar o corpo, mas a capacidade profissional. Seu chefe ou cliente não pode reparar no resto, por isso, quanto mais discreto, e quanto menos corpo à mostra, melhor”, completa a consultora. Assim, nem pense em decote, barriga de fora, brinco muito grande, pulseiras barulhentas, cores muito chamativas - nenhuma característica que distraia a atenção para aquilo que você está vestindo.

Em dias de calor, em que não há como não deixar um pedacinho de pele escapar da roupa, fique atenta às características dos tecidos. Terninhos de materiais mais leves, como o linho e o algodão, por exemplo, são boas opções de roupas frescas. Se quiser usar regata, prefira as de alças mais largas. Mas atenção: não são todos os lugares que aceitam ombros à mostra. Em locais super formais, a mulher só pode usar camisa, por exemplo. “Um look bacana para os dias de calor é a combinação de uma saia lápis que vá até dois dedinhos acima do joelho e uma blusinha mais larguinha”, conta Milla.

E como saber qual é exatamente o estilo de seu local de trabalho? Para ajudá-la, a consultora de imagem explica o que pode ou não nas quatro categorias de ambientes encontradas no mercado.

Super formal
É o estilo mais rígido, encontrado em escritórios de advocacia, por exemplo. Nele, é permitido o uso de ternos, tailler e saia. As cores devem ser neutras, preto e branco, e, em alguns locais, são pré-determinadas.

Formal
Mais comum, este caso pede o traje social, mas não tão rigoroso. Podem ser usadas roupas com cores variadas. Tailler, terninho e um tubinho, no máximo, são os requeridos.

Misto entre informal e formal
Encontrado em multinacionais, por exemplo, é um estilo de vestimenta mais à vontade. A calça jeans já é bem-vinda!

Super casual
O máximo do conforto, nesses locais pode-se usar tênis e camiseta sem problema algum. É encontrado em empresas de publicidade e marketing.

Para os pés, um alerta de Milla: “Nos dois casos formais, o sapato tem de ser sempre fechado, a regra é o scarpin ou o channel, no máximo uma sapatilha; já sandálias, nos casos mais à vontade, devem ter tira grossa, visto que as de tiras e saltos finos são aconselhadas para momentos de lazer”.

Dicas!
- Nem pense em usar saias com fenda, transparência e frente única no trabalho!
- Peça coringa: calça preta reta. Ela pode ser usada em qualquer ambiente.

domingo, 9 de novembro de 2008

Universitários das cotas conquistam sucesso no mercado

Jornal o Estado de São Paulo, Domingo 09/11/2008


Universitários das cotas conquistam sucesso no mercado

Vindos de comunidades pobres, os estudantes negros precisam superar o preconceito na sala de aula

Márcia Vieira - AE

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> RIO - Jocelene de Assis Ignácio, 37 anos, ainda lembra com tristeza do dia em que, há 13 anos, entrou no banheiro da PUC, universidade de elite da zona sul do Rio, e viu símbolos nazistas desenhados na parede ao lado da frase "os alunos da Baixada vão baixar o coeficiente de notas da PUC". "Eles, brancos de classe média, eram os filhos da PUC. Nós éramos os filhos bastardos da PUC", compara. "Mas eles se deram mal. Ninguém ia sair lá do pé da serra de Petrópolis, gastar quatro horas por dia no trem e no ônibus, para tirar cinco na universidade. A gente sempre estudou muito e perseguiu a nota alta."

Negra, caçula dos sete filhos de uma servente, órfã de pai desde os nove meses de idade e moradora de Mesquita, na Baixada Fluminense, um bolsão de pobreza na periferia do Rio, Jocelene foi da primeira turma de alunos pobres a entrar para PUC, em 1995, num programa que precedeu a discussão sobre cotas nas universidades brasileiras. Foi um acordo entre Frei David Santos, fundador do Pré-Vestibular para Negros e Carentes, e a PUC que garantiu a bolsa para os alunos que passassem no vestibular.

A discussão sobre a política de cotas nas universidades brasileiras ainda está longe de acabar. Tramita no Congresso Nacional há nove anos, sem prazo para votação, um projeto que reserva 50% das vagas nas universidades federais para alunos da rede pública. O debate é acalorado. De um lado, fala-se em racismo e justiça social. De outro, argumenta-se com o medo que a reserva de cotas baixe o nível do ensino nas universidades brasileiras. Mesmo nas 35 instituições que já aderiram às cotas para inclusão de alunos pobres, ainda não há estudos suficientes sobre a eficácia do sistema.

Nas duas universidades cariocas, PUC (privada), e UERJ (pública), com sistema de cotas há cinco anos, há alguns sinais do resultado da convivência entre alunos pobres, de classe média e da elite carioca dentro do campus. As taxas de aprovação nas disciplinas e de evasão dos alunos pobres são iguais as dos outros alunos. A convivência dentro da universidade entre bolsistas ou cotistas, de um lado, e professores e alunos tradicionais, de outro, ainda é conflituosa. E não resta dúvida de que a passagem pela universidade transforma a vida, para melhor, dos alunos beneficiados.

Andréia Clapp Salvador, professora de Serviço Social da PUC, acabou de apresentar sua tese de doutorado sobre o assunto. Em "Estudo da Política de Inserção de Alunos Pobres e Negros na PUC-Rio" ela conta como foi a passagem pela universidade e o que aconteceu com os jovens que entraram pelo sistema de bolsas entre 1993 e 2001. "Eles passaram por muitas dificuldades, sobretudo econômicas, e sofreram o que eles chamam de preconceito de nota porque achavam que alguns professores não confiavam na capacidade de aprendizado deles. Mas se formaram no prazo normal e saíram daqui trabalhando nas profissões que escolheram", diz. "Chama atenção também o fato de eles serem muito politizados e extremamente solidários entre eles."

Os primeiros alunos bolsistas da PUC, todos da área social ou de humanas, formaram uma espécie de rede de proteção para sobreviver dentro do campus. Quem tinha dinheiro pagava um prato no bandejão, que era dividido com mais dois amigos. Quem era chamado para um estágio levava junto outro bolsista. Um lia o trabalho do outro. Alugavam um quitinete de 30 metros quadrados no edifício Minhocão, ao lado da PUC, onde dormiam até nove alunos que não tinham dinheiro para passagem. Andavam sempre juntos. Juntos organizaram a Semana de Consciência Negra na PUC, despertando manifestações dos alunos tradicionais, que ameaçaram fazer a Semana de Consciência Branca.

Jocelene é uma das lideranças desta rede. Entrou para Serviço Social, assim como a maioria dos alunos do PVNC daquele ano. "Só duas alunas na turma não eram bolsistas", lembra. Tomou tanto gosto pelo estudo que depois fez especialização na UFRJ, mestrado na UniRio e agora estuda no doutorado da PUC. Com tantos diplomas passou no concurso da prefeitura do Rio para assistente social. Ganha algo em torno de R$ 2,5 mil, um salário inimaginável para todas as suas amigas de infância. Umas são empregadas domésticas. Outras caixas de farmácia. A maioria está desempregada. Jocelene, que agora vive num apartamento alugado na Lapa, centro do Rio, convenceu duas irmãs a fazerem faculdade (uma em biologia e outra em geografia). Sonha ainda em fazer pós-doutorado na França e comprar um apartamento próprio. Mas acha que nunca vai parar de brigar. "Não tenho paz nunca. O tempo todo eu tenho que provar que sou capaz. Foi assim na PUC. É assim no mercado de trabalho."

A vida não é mais fácil na UERJ. Mariana Ferreira, aluna de direito da primeira turma de cotistas, lembra dos embates em sala. "As aulas eram muito efervescentes. A gente chegou com o pé na porta. Não entramos pedindo licença", lembra. "Em algumas turmas no curso de direito ainda hoje existe uma divisão. De um lado da sala ficam os cotistas, do outro os não cotistas. É muito triste." Mesmo assim, continua achando que o sistema é o melhor para promover mudança social. Mas reconhece que a vida fora da universidade é difícil. "O diploma de direito da UERJ abre muitas portas, mas mulher negra, de cabelo trançado como eu não consegue estágio fácil em escritório. Só consegui em setor público."

A batalha de Johny Fernandes Giffoni, branco, morador da comunidade do Anil, na zona oeste do Rio, é para entrar no mercado de trabalho. Filho de um motorista e de uma dona de casa, entrou para um dos cursos mais disputados da PUC, o de direito. No vestibular de 1999, passou na reclassificação junto com outros oito bolsistas numa turma de 40 alunos. No mesmo ano montou uma chapa de bolsistas e não bolsistas para o DCE (Diretório Central de Estudantes). Ganhou, mas na festa da vitória, sentiu na pele a primeira manifestação contra a sua presença na faculdade. "Uma galera, que tinha sido derrotada, cercou a gente e começou a gritar ‘seu bando de favelados, voltem para o lugar de onde vieram’. Um amigo meu partiu para cima, mas a gente segurou a onda, os seguranças apareceram e não rolou pancadaria."

Na sala, quase apanhou dos amigos no debate sobre pena de morte. Ele e os outros bolsistas eram contra. Uma grande parcela dos outros alunos a favor. As divergências eram corriqueiras. "Eles queriam discutir leis de debêntures. Eu queria discutir direito do favelado construir na laje", lembra com bom humor. Tempos difíceis, mas inesquecíveis. "Foi a melhor fase da minha vida. Eu tinha que estudar três vezes mais do que o aluno tradicional, mas cresci intelectualmente, aprendi uma profissão e no meu reboque virão mais uns dez jovens da minha comunidade que antes achavam ser impossível fazer universidade." O único problema é que a família e os vizinhos esperam que Johny fique rico depois de estudar cinco anos na PUC. "Dizem que se eu não ficar rico, ninguém mais fica no Anil."

Mais do que ficar rico, seu sonho é ser defensor público. "Não posso colocar terno e gravata e ir trabalhar num escritório. O lugar de onde eu vim continua igual. A milícia e o tráfico dominam, o esgoto não é tratado, falta água, a escola pública é ruim. Ser defensor é um projeto ideológico-político." Desde 2005 vem tentando um lugar na defensoria estadual. Não passou nas provas do Rio e de São Paulo. Mas insiste. Todo dia estuda pelo menos oito horas uma sala da PUC para o concurso em Mato Grosso do Sul e em Belo Horizonte. Vive com os R$ 400 que ganha dando aulas num curso técnico e no pré-vestibular comunitário. "Se eu passar vou ganhar um ótimo salário (cerca de R$11 mil no Mato Grosso do Sul) e ainda trabalhar no que eu gosto. Não existe um defensor público vindo da pobreza. Temos que abrir mais esse caminho."

O diploma de geógrafo pela PUC garantiu a Carlos Humberto da Silva, um ex-office boy, morador de Nova Iguaçu, até uma passagem por Harvard, a universidade americana. "Fui o primeiro brasileiro que participou do programa piloto promovido pela Harvard e a PUC." Passou também seis meses no México trabalhando numa ONG. Agora trabalha no Museu do Índio, no Rio. Só não consegue é explicar para a mãe, dona Léa, cozinheira de um hospital, o que um geógrafo faz. "Ela confunde até hoje. Disse para uma amiga, toda orgulhosa, que eu sou físico", ri.


Negros continuam a ser minoria no ensino superior

Em dez anos, aumentou a desigualdade entre brancos e negros ao se comparar freqüência e conclusão

Felipe Werneck e Wilson Tosta, de O Estado de S.Paulo

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> RIO - Em dez anos, aumentou a desigualdade entre brancos e negros quando se compara taxas de freqüência e de conclusão do ensino superior dos dois grupos, revela o IBGE. Em 1997, 9,6% dos autodeclarados brancos e 2,2% dos pretos e pardos, de 25 anos ou mais de idade, tinham curso superior completo no País. No ano passado, as proporções eram de 13,4% e 4%, respectivamente. Ou seja: apesar de a participação dos pretos e pardos ter quase dobrado, o hiato em relação aos brancos aumentou de 7,4 para 9,4 pontos porcentuais, no período.

"Os dados refletem a insuficiência dos esforços recentes. Significa que 96% dos negros (com 25 anos ou mais) ignoram o que é universidade. Ainda há muito a ser feito", disse o professor Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2007, a taxa de freqüência para estudantes de 18 a 25 anos que se declararam brancos (19,4%) era quase o triplo da registrada entre pretos e pardos (6,8%). No ano passado, 57,9% dos estudantes brancos de 18 a 24 anos estavam no nível superior - para pretos e pardos, o porcentual foi de 25,4%.

Paixão avalia que o resultado da Síntese de Indicadores Sociais "é um reforço para aqueles que falaram sim às cotas". Mas ressalva que a política pública no setor "foi mínima". "Ficou mais no plano das intenções." A divulgação ocorre no ano em que se completam 120 anos da Lei Áurea, e uma semana após o IBGE ter mostrado que a população de pretos e pardos (49,7% do total) superou a de brancos (49,4%) no País em 2007.

Para José Luís Petruccelli, pesquisador do IBGE, o debate sobre cotas nos País é "político-ideológico". "Desde a formação das universidades no País, nunca se fez nenhum tipo de política pública para atender aos grupos subalternizados", disse. "Até hoje se questiona o pouco que está se tentando fazer, e os resultados ainda não são nem visíveis." Segundo ele, as cotas criadas nos últimos anos, por iniciativa de cerca de 60 universidades públicas, afetam uma parcela muito baixa do total de estudantes. "Menos de 30% dos universitários estão em instituições públicas. Também há o ProUni, mas afeta cerca de 100 mil estudantes. Em 5,5 milhões, isso é muito pouco", disse Petruccelli.

O estudo mostra que os pretos e pardos de 18 a 25 anos não conseguiram alcançar, no ano passado, as taxas de freqüência que os brancos apresentavam em 1997. A diferença a favor dos brancos, que continuaram a apresentar níveis mais elevados em todas as idades, aumentou no período analisado: em 1997, era de 9,6 pontos porcentuais aos 21 anos, e chegou a 15,8 pontos em 2007. Ou seja: em 1997, a taxa de jovens de 21 anos freqüentando o ensino superior era de 2,6% para pretos e pardos, e de 12,2% para brancos. Dez anos depois, chegou a 8,4% para pretos e pardos, e a 24,2% para os brancos.

Aos 18 anos, a diferença aumentou de 4,9 pontos porcentuais em 1997 para 10,1 pontos no período. "Após uma década, a composição racial das pessoas que completaram o nível superior permanece inalterada, ou até mais inadequada, em termos de representação dos pretos e pardos, continuando a se constituir um obstáculo para a ascensão social destes", observa o IBGE.

Dos 14 milhões de analfabetos brasileiros, mais da metade (9 milhões) eram pretos ou pardos em 2007. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo da população branca foi de 6,1% para as pessoas com 15 anos ou mais de idade, ante 14% para pretos e pardos, mais que o dobro. A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais apresentou vantagem de quase 2 anos a mais para brancos (8,1 anos de estudo) em relação a pretos e pardos, com 6,3 anos.

O IBGE comparou os rendimentos por cor dentro dos grupos com mesmo nível de escolaridade. O rendimento-hora dos brancos era até 40% mais elevado que o de pretos e pardos, no grupo com 12 ou mais anos de estudo. Também foi comparada a participação relativa dos dois grupos na apropriação do rendimento das famílias. A distribuição entre os 10% mais pobres e entre o 1% mais rico mostra que, em 2007, os brancos eram 25,5% do total entre os mais pobres, e 86,3% dos mais ricos. Já os pretos e pardos representavam 73,9% entre os mais pobres, e apenas 12% entre os mais ricos.

Para o IBGE, os valores mostram que as desigualdades na apropriação da renda do País "têm se mantido ou até piorado um pouco, se comparadas com anos anteriores". Fundador da rede de pré-vestibulares Educafro, o frei David Santos disse que o estudo do IBGE "prova" que só é possível construir um Brasil com menos desigualdade de oportunidades se houver mais políticas de ação afirmativa "em função da realidade de cada etnia".

"Estou escandalizado com o número de negros que entram na universidade e não podem se manter porque não têm dinheiro para a passagem de ônibus, não têm emprego garantido e por isso vivem em constante instabilidade", disse. Para David, o governo federal deveria ser "mais firme corajoso" na definição de políticas "diferenciadas de inclusão", como uma bolsa de ajuda financeira para os que entram em universidades públicas por meio de cotas e aqueles que ingressam em instituições privadas pelo ProUni.


87% das crianças analfabetas estão matriculadas da 1ª à 8ª série

No País, 8,4% das 28,3 milhões de crianças entre 7 e 14 anos não sabem ler e escrever, apontam dados do IBGE


Jacqueline Farid, da Agência Estado

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RIO - Mesmo estando matriculadas e tendo passado pelo processo de alfabetização, 2,1 milhões de crianças não sabem ler e escrever aponta a pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira, 24, na Síntese de Indicadores Sociais. Segundo destacam os técnicos no documento da pesquisa, "isto não significa que estas crianças não estejam na escola: 2,1 milhões delas, ou seja, 87,2%, das que não sabiam ler e escrever, freqüentavam estabelecimento de ensino". Deste grupo, 1,2 milhão vivia no Nordeste do País.

Segundo os dados do IBGE, entre as 28,3 milhões de crianças de 7 a 14 anos, que pela idade já teriam passado pelo processo de alfabetização, foram encontradas 2,4 milhões (8,4%) que não sabem ler e escrever.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre as crianças de 10 anos, idade adequada à 4ª série, que não sabiam ler e escrever, 85,6% destas crianças estavam na escola. Aos 14 anos, idade em que se deveria concluir o ensino fundamental, o percentual de crianças que ainda não sabe ler e escrever é menor (1,7%), o que representa 58,1 mil pessoas. Porém, quase metade destas (45,8%) estavam na escola.

Os números de analfabetismo aponta que o alto índice de freqüência à escola nem sempre se traduz em qualidade do aprendizado. O levantamento mostra que, entre as crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, faixa etária correspondente ao ensino fundamental, o ensino está praticamente universalizado (97,6%).

Brics

A Índia apresentava em 2006 a mais elevada taxa de analfabetismo (34,9% da população de pessoas com 15 anos ou mais de idade) dos Brics (grupo de países com potencial mais promissor economicamente e que reúne Brasil, China, Índia, África do Sul e Rússia).

Somente a Rússia, entre os cinco países, tem taxa de analfabetismo "resolvida", ou de 0,6% nesse grupo, segundo a Síntese. A África do Sul tinha taxa de 12,4%, enquanto o Brasil apresentava taxa de 10,5% (em 2007, segundo mostrou o IBGE na semana passada, era de 10,0%). Na China, em 2006, chegava a 7,1%.

Em outra análise sobre os Brics, neste caso relativa a 2007 e sobre a estrutura etária da população, a Síntese sublinha que a Rússia e a China têm uma população mais envelhecida, contrastando com a estrutura jovem da Índia e da África do Sul. O Brasil, com as quedas dos níveis de fecundidade e mortalidade dos últimos 40 anos, vem passando por uma fase de transição.


Apenas 4% dos negros ou pardos terminam o ensino superior

Apesar da reserva de vagas, negros e pardos ainda são minorias no ensino superior, aponta estudo do IBGE

Jacqueline Farid, da Agência Estado

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RIO - As desigualdades raciais no Brasil prosseguem muito elevadas, segundo mostra a Síntese de Indicadores Sociais 2007, divulgada na manhã desta quarta-feira, 24, pelo IBGE. Apesar da exigência, por lei, de reserva de vagas no ensino superior para "grupos sociais desfavorecidos", as taxas de freqüência a curso universitário para estudantes entre 18 anos e 25 anos de idade mostram que em todas as idades a população branca apresenta níveis mais elevados que a de negros e pardos. Além disso, apenas 4% dos negros ou pardos concluem o ensino universitário.

Enquanto 20,6% dos brancos de 19 anos de idade freqüentavam o ensino superior em 2007, apenas 6% dos negros e pardos estavam na mesma situação no período. Enquanto 13,4% dos brancos tinham completado o ensino superior no ano passado, apenas 4% dos negros e pardos tinham feito a mesma conquista.

Além disso, em números absolutos, em 2007, dos pouco mais de 14 milhões de analfabetos brasileiros, quase 9 milhões são negros e pardos. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo da população branca é de 6,1% para as pessoas de 15 anos ou mais de idade, sendo que estas mesmas taxas para negros e pardos superam 14%, ou seja, mais que o dobro que a de brancos.

Outro indicador educacional que sublinha a desigualdade racial mostra que a média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade continua a apresentar uma vantagem em torno de dois anos para brancos, com 8,1 anos de estudo, em relação a pretos e pardos, com 6,3 anos de estudo.

Segundo observam os técnicos do IBGE no texto da pesquisa, "as conseqüências destas desigualdades se refletem nas diferenças dos rendimentos médios percebidos por negros e pardos em relação aos dos brancos, se apresentando sempre menores (em torno de 50%)".


Cai o número de famílias com renda de até meio salário mínimo

IBGE aponta que políticas públicas contra a pobreza têm forte resultado nas famílias do Nordeste

Jacqueline Farid, da Agência Estado

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RIO - O porcentual de famílias com rendimento per capita de até meio salário mínimo caiu de 31,6% do total das famílias em 1997 para 23,5% em 2007, segundo mostra a Síntese de Indicadores Sociais divulgada na manhã desta quarta-feira, 24, pelo IBGE. Segundo os técnicos, levando-se em conta apenas o período de 2002 a 2007, no Nordeste, a queda no porcentual de famílias com essa renda per capita foi de pouco mais de 10 pontos percentuais (53,9% para 43,1%), "provavelmente resultado de políticas públicas dirigidas às famílias mais pobres".

A pesquisa mostra também que o valor médio mensal do rendimento familiar per capita em 2007 era R$ 624,00. Entretanto, metade das famílias vivia com menos de R$ 380 por mês, o valor do salário mínimo em 2007. Regionalmente, a distribuição de renda no País continua desigual: metade das famílias nordestinas viviam com até R$ 214, enquanto no Sudeste o rendimento médio era de R$ 441.


sábado, 8 de novembro de 2008

Sobre Banda Larga - tecnologias disponiveis

Acesse: http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/ult6035u3.jhtm

Temos as seguintes possibilidades de uso de banda larga em uma comunidade.

Banda Larga com fio.
1) Rede Elétrica
2) ADSL
3) Cabo
4) Fibra Ótica

Banda Larga sem fio
5) Wimax
6) 3G
7) Wi-Mesh
8) Rádio
9) Satélite


Boa leitura.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

SP tem mais serviço social em bairros ricos, diz estudo

SP tem mais serviço social em bairros ricos, diz estudo

Os dez distritos com as redes de proteção mais frágeis estão nas periferias e em lugares de pobreza extrema

Bruno Paes Manso, de O Estado de S. Paulo



SÃO PAULO - Os dez distritos da cidade que oferecem mais vagas em programas sociais e educacionais para crianças e adolescentes estão nas regiões centrais e mais bem estruturadas de São Paulo. Já os dez distritos com as mais frágeis redes de proteção ficam nas periferias e concentram número elevado de crianças e jovens em condição de pobreza extrema. O ranking dos serviços no Município, obtido com exclusividade pelo Estado, foi encomendado ao Instituto Lidas pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

Em primeiro lugar no ranking de atendimento ficou Moema, na zona sul. Entre os mais de 70 mil moradores da área, 53% vivem em famílias cujo chefe ganha mais de 20 salários mínimos por mês, situação que se reflete nos indicadores sociais do bairro. Perto de 70% da população teve mais de 12 anos de estudos. Das meninas com idade entre 10 e 19 anos, apenas 1,73% enfrentaram problemas de gravidez na adolescência. A taxa de homicídios no bairro, em 2006, foi de 1,5 caso por 100 mil habitantes, semelhante à de países desenvolvidos. Para cada mil crianças e adolescentes do bairro até 18 anos, 564 dispõem de vagas em diferentes serviços conduzidos pela Prefeitura e por entidades do terceiro setor - passando por vagas em creche, apoio socioeducativo, orientação sócio-familiar e medidas socioeducativas.

Os dez primeiros distritos no ranking, todos com mais de 285 vagas ofertadas para cada mil crianças e jovens de até 18 anos que vivem na região, possuem 1,5% de seus jovens em situação de pobreza extrema (seguindo os índices de vulnerabilidade social da Fundação Seade). Para se ter uma idéia da elevada concentração de serviços nessas áreas, toda a capital oferece, em média, 89 vagas para cada mil pessoas até 18 anos, enquanto 17% de seus jovens vivem em pobreza extrema.

A situação se inverte em Perus, o último colocado entre os 96 distritos, que tem dez vagas em diferentes tipos de serviços para cada mil moradores de até 18 anos ou 56 vezes menos do que o distrito de Moema. Ao mesmo tempo, 11% de seus jovens estão em situação de extrema pobreza. Em 2006, por exemplo, o índice de homicídios na região alcançou 31 casos por 100 mil habitantes, total 21 vezes maior do que em Moema. No mesmo ano, 17% das mulheres no distrito com idade entre 10 e 19 anos engravidaram.

A situação se repete entre os dez piores colocados do ranking, que chegam a oferecer no máximo 24 vagas de serviços sociais e educacionais para cada grupo de mil com idades até 18 anos. Ao mesmo tempo, em média 12% de seus jovens estão em situação de pobreza extrema.

E o ranking traz surpresas. O Brás, na região central, é o quarto distrito com menor oferta de vagas, com um índice de 14 vagas para cada mil jovens do bairro. Como é vizinho de distritos com alta oferta, como Belém e Água Rasa, ambos entre os 20 mais bem colocados, a carência de serviços acaba sendo amenizada.

Já o distrito do Grajaú, na periferia sul, com 76 vagas por cada mil pessoas de até 18 anos, fica um pouco abaixo da média registrada na capital. A situação piora quando se constata que mais de 42 mil crianças e jovens vivem em situação de pobreza extrema, o que representa 32% da população até 18 anos.

"Ainda não tínhamos um quadro dos serviços na cidade e o estudo ajuda a detectarmos as distorções", afirma a presidente do CMDCA, Elaine Macena Ramos. "Com esse quadro, temos como ajudar a orientar investimentos do poder público e do terceiro setor e como cobrar melhorias para as populações menos beneficiadas."


Em SP, projetos sociais unificados amenizam carências

Projetos de transferência de renda beneficiam cerca de 250 mil famílias

SÃO PAULO - Os quatro programas de transferência de renda em São Paulo tornaram-se o principal instrumento do Município para lidar com as distorções existentes na rede de apoio social e educacional para crianças e adolescentes. Desde que o cadastramento foi unificado pela Prefeitura, em 2006, a população dos bairros com mais moradores em situação de extrema pobreza é a mais beneficiada.

O ranking dos 209 mil receptores do Bolsa Família, do governo federal, que distribui entre R$ 140 e R$ 200 para famílias com crianças matriculadas na escola, evidencia essa realidade. O Grajaú, na zona sul, fica no primeiro lugar do ranking, com 12.452 famílias. No bairro, entre 133 mil crianças e jovens de até 18 anos, 32% estão em pobreza extrema.

No outro extremo da tabela está o Jardim Paulista, distrito onde 70% dos chefes de família ganham mais de 10 salários mínimos e só 17 famílias recebem valores do governo federal. Nos cinco distritos em que há mais beneficiados, em média, 27% dos que têm até 18 anos estão em situação de pobreza extrema. Entre os cinco menos beneficiados, não existem crianças e jovens nessa situação.

O mesmo sistema de cadastro funcionou para outros três projetos: o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), da União; o Renda Mínima, da Prefeitura; e o Renda Cidadã, do Estado. Juntos, beneficiam cerca de 250 mil famílias na capital, que recebem um teto de R$ 200 por família. "Os dados da Fundação Seade determinavam os locais de concentração de pobreza. Nesses lugares, cerca de 200 pessoas passavam de porta em porta para fazer o cadastro", explica o coordenador de Gestão de Benefícios da Secretaria de Assistência Social, Marcos Arouca.

A coordenadora de Proteção Especial, Ângela Maria Visconti, destaca que desde os anos 90 se consolidou um novo paradigma. Como a maior parte das crianças e jovens que viviam nas ruas se concentrava nas regiões mais centrais, acreditava-se que os programas deviam ficar nesses locais. "Com o tempo, formou-se um consenso de que era importante trabalhar com as famílias dessas crianças e jovens", explica.



Fonte: O Estado de São Paulo, Link.

03/11/2008
Aprenda a usar o YouTube plenamente



Link’ mostra o caminho para você ter um canal bem sucedido no site de vídeos e dá dicas até para quem só quer assistir

Bruno Galo & Marcus Vinícius Brasil

Gustavo Guerra é um hábil guitarrista. Já Elaine Tripiano é uma expert no crochê. Apesar de possuírem interesses opostos, ambos compartilham algo em comum. Utilizando de maneira inteligente as ferramentas oferecidas pelo YouTube, eles encontraram no portal de vídeos uma maneira fácil e barata de expor seus talentos – e com isso, é lógico, ganhar uma graninha.

Os dois nem se conhecem. Gustavo mora em Curitiba e Elaine em Brasília, mas há cerca de dois anos eles resolveram “meio de brincadeira” mostrar as suas habilidades na web. Resultado: os vídeos de cada um somam mais de 10 milhões de visualizações e a procura pelo serviço deles aumentou muito.

O primeiro passo de ambos foi, é claro, criar uma conta no portal. Em seguida, personalizaram seus perfis – que no site são chamados de “canais” – e começaram a subir os clipes. Com seu sucesso, o YouTube os procurou para fechar uma parceria, o que lhes garantiu maior visibilidade e algumas ferramentas extras de customização, como banners próprios em suas páginas.

“Os vídeos no YouTube fizeram com que eu passasse a vender muito mais. Hoje eu recebo encomendas de todo o Brasil”, conta Elaine (youtube.com/tripiano), de 33 anos, que também ganha dinheiro com a venda de vídeo-aulas. A coleção completa, que atualmente conta com 54 DVDs (a cada mês Elaine lança mais dois), sai por R$ 900, e já foi vendida para a França e Japão. “Os japoneses gostam muito do meu trabalho”, garante a costureira, que também mantém um blog (elainecroche.blogspot.com).

Com Guerra (youtube.com/gguerra) não foi diferente. “Depois do YouTube passei a dar mais aulas. Na verdade, nem dou conta de atender toda a demanda. Tem uma lista de espera imensa”, conta. Ele acaba de ganhar uma das principais competições online para guitarristas, o Guitar Idol (www.guitar-idol.co.uk), batendo mais de 700 concorrentes de todo o mundo.

Como prêmio, ele abriu o show de ninguém menos que Joe Satriani. O famoso guitarrista norte-americano nem sabe, mas ele deu uma forcinha para o sucesso dos vídeos de Guerra na web. “Para aumentar o número de visualizações, depois de um tempo, eu comecei a incluir outras palavras-chave, como ‘Joe Satriani’, ‘Steve Vai’, ‘Guitar Lessons’, etc”.

Marcelo Barbosa, de 29 anos, é outro exemplo de usuário que soube utilizar bem o potencial do site. Em seu canal (youtube.com/elmacbee), ele cria sátiras animadas, e seu canal mostra que os usuários do YouTube não estão à procura apenas de aulas e tutoriais.

“Eu criei o canal em maio de 2006. Fiquei dois anos tratando ele apenas como uma conta, até que em agosto de 2008 me tornei parceiro. Desde então, o número de visitantes diários multiplicou por cinco. Foi o estímulo que estava faltando pra produzir novos vídeos e desenhos”, conta Barbosa.

Se, assim como eles, você quiser expor algum talento na web, é hora de aprender a utilizar melhor os recursos do portal. De customização de canais à legendagem, as opções estão esperando por você.



03/11/2008
Fazer um bom vídeo é mais fácil do que parece

Qualquer um pode fazer um bom vídeo para o YouTube. Alguns dos usuários parceiros do portal, como a professora de crochê Elaine Tripiano, utilizam câmeras fotográficas simples para gravar seus clipes. Por isso, não fique preocupado caso o seu equipamento não for digno de um estúdio de TV.

Se você estiver à procura de algumas dicas de como melhorar a qualidade de suas produções, o próprio YouTube oferece orientações em sua seção de ajuda (tinyurl.com/5lemwv). Há truques de iluminação, enquadramento e até efeitos especiais.

Mas, se você quiser fazer edições nos vídeos, como manipular a ordem das cenas, precisará de softwares especializados. Há alguns bem caros na praça, mas é possível usar aqueles que já vêm instalados no sistema operacional e que dão conta do recado. A Microsoft oferece o Windows Movie Maker para usuários de Vista, enquanto a Apple tem o iMovie para donos de Macs. M.V.B e B.G.


DICAS DE QUEM SABE
Elaine Tripiano
Professora de crochê
“Identifique o seu foco. Sobre o que você quer falar? Assim você pode criar uma audiência fixa. E trate de um assunto que você realmente goste e domine”

Marcelo Barbosa
Videomaker
“Não tenha pressa. Pode levar meia semana ou um ano pro seu canal começar a ser notado. Se você acredita no que produz e está se encarregando de divulgá-lo nesse tempo, o público vai reagir”

Gustavo Guerra
Guitarrista
“Pra mim é preciso ser fiel ao seu público. Não pode sair publicando qualquer coisa. Na hora de subir algum vídeo, eu fico vendo e revendo pra ver se não tem nada errado. Só coloco quando a apresentação fica perfeita”

Patrícia Pflaeging
Gerente do YouTube
“Use todas as ferramentas do site que ajudam na divulgação do seu canal. Quanto mais interação as pessoas puderem ter com você e o seu vídeo, mais bem sucedido ele tende a ser”

PARA QUEM PUBLICA

Quer dar um charme extra aos vídeos que você publica no YouTube? Ou então traduzi-los para outra língua com a ajuda de legendas, tornando-os compreensíveis para pessoas de outros países? O portal do Google já conta com ferramentas que, se utilizadas de modo criativo, podem dar ainda mais destaque para as suas produções audiovisuais na web.

Apesar de o YouTube já ter testado anteriormente uma ferramenta chamada “Remixer”, que permitia edições simples de vídeos em sua própria interface, ela foi desabilitada (ainda não há previsão de retorno) e, agora, o usuário conta apenas com três recursos: anotações, legendas e o “Audio Swap”, sistema que substitui o áudio de seus vídeos por músicas de artistas reunidas em uma base de dados oferecida pelo YouTube.

Anotações – É a ferramenta mais versátil do YouTube. Você pode incluir balões de diálogo, quadros de destaque e programar pausas em seus vídeos. Tudo de maneira muito dinâmica, feito em uma interface intuitiva do próprio portal. Quem não sabe como mexer em programas específicos para legendagem, pode utilizar as anotações para criar legendas de uma maneira mais simples, já que é possível definir com precisão o tempo que entra cada um dos destaques aparece na telinha.

Legendas –
Uma maneira mais profissional de legendar, para quem gosta de utilizar softwares especialmente criados para essa função. O YouTube aceita dois tipos de arquivos de legendas, .SUB e .SRT. Há alguns programas de legendagem, mas o portal recomenda que seus usuários utilizem a versão mais recente do Subtitle Workshop (tinyurl.com/29cudn). É a ferramenta ideal para quem quiser que vídeos com discursos ou diálogos sejam acessíveis para usuários de outros países.

Audio Swap – Gravou um vídeo cujo áudio original é dispensável ou, pior, está atrapalhando? O YouTube possui uma ferramenta que substitui o áudio original por músicas disponíveis em um extenso banco de dados. Há faixas de reggae, gêneros eletrônicos e até rock gótico. Lee Perry, Alicia Keys e Nine Inch Nails estão entre os nomes mais ilustres da lista. Mas cuidado, pois se você trocar o áudio uma vez, não poderá mais retornar ao original, nem substituir por outra música do catálogo. M.V.B. e B.G.


PARA QUEM ASSISTE
O YouTube também é uma rede social. Quem se cadastra no site ganha um perfil, que pode ser personalizado para incluir informações pessoais.

Depois de se cadastrar, uma dica é escolher o idioma de seu país e o tipo de conteúdo que quer ver na primeira página (global ou local). Com o tempo, o YouTube vai utilizar os vídeos que você costuma assistir para indicar outros clipes com temas semelhantes, que possam lhe interessar. Uma vez cadastrado, é possível votar e tornar alguns vídeos “favoritos”.

Além das ferramentas de personalização, há algumas alternativas para navegar pelos vídeos de uma maneira diferente:

Cooliris - O add-on do Firefox, Internet Explorer e Safari para visualizar fotos, também serve para o YouTube. Ele ativa uma interface que se assemelha a uma parede virtual com as prévias dos clipes. Aí é só usar o mouse. www.cooliris.com.

Warp - Outra opção visual de navegação. A ferramenta, desenvolvida pelo próprio YouTube, faz parte do Test Tube. A interface é acionada em tela cheia, e os vídeos aparecem emoldurados em círculos, ligando clipes relacionados como órbitas de planetas. M.V.B. e B.G.

CRONOLOGIA
Muita coisa mudou desde que o YouTube nasceu em uma garagem no Vale do Silício. Desde seu início, em 2005, até hoje, dias em que mal nos lembramos de como era assistir a vídeos na web antes de seu surgimento. Atualmente mais de 150 milhões de vídeos são vistos por dia. Acompanhe alguns dos principais marcos na história do site.

2005
Novembro
O YouTube é lançado. No mês seguinte, ele já atingiria a marca de 3 milhões de vídeos vistos por dia.

2006
Janeiro
Entra no ar o vídeo MySpace: The Movie, que seria o primeiro a alcançar 1 milhão de visualizações.

2006
Novembro
O portal é comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhões, numa transação que abala o mercado.

2006
Dezembro
É citado como uma das empresas que fizeram “você” ser a pessoa do ano, segundo a revista Time.

2008
Março
O vídeo da música Music is My Hot Hot Sex, do Cansei de Ser Sexy, se torna o vídeo mais acessado do portal, mas é retirado do ranking por suspeita de fraude.

2008
Julho
Clipe de Girlfriend, da cantora Avril Lavigne, ultrapassa marca de 100 milhões de acessos e se torna o mais visto da história do portal.

2008
Outubro
Se torna a segunda ferramenta de buscas mais usada da internet, superando o Yahoo. Agora, o YouTube está atrás apenas do Google.

FUTURO

Alta definição
Alguns vídeos já contam com a opção. Mas ainda é preciso amadurecer o suporte.

YouTube Live
A primeira transmissão ao vivo será em 22 de novembro, de São Francisco.

Mais dinheiro
O portal ainda experimenta novas e mais maneiras de gerar receita.

Barack Obama e sua estratégia digital.

03/11/2008
As armas digitais da nova democracia
Fonte: Jornal o Estado de São Paulo - Link


Independentemente de quem vença a eleição norte-americana amanhã, uma coisa é certa: após Barack Obama nunca mais uma campanha será igual nos EUA. Talvez nem no mundo. Pela primeira vez um candidato ao cargo mais importante do planeta colocou a internet e a tecnologia no coração de sua estratégia, quando suas pretensões pareciam um sonho, em 2007. Rede social, YouTube, Twitter, mensagens de texto via celular, propaganda em videogame foram as armas digitais usadas pelo democrata, antes um senador pouco conhecido. Seu rival republicano, John McCain, bem que tentou correr atrás, mas a dianteira de Obama na web estava consolidada. Amanhã, seu desafio será transformar esse entusiasmo virtual em votos na urna. Mesmo que perca, a internet, daqui em diante, ocupará um papel central na política americana. E, em breve, de outros países.

Obama cria rede social para organizar voluntários

Eleitores pró-democrata recebem, via web, missões como a de visitar
indecisos
e levar aposentados para votar; McCain faz campanha mais tradicional

Pedro Doria

A rede mundial de computadores, com sua capacidade de mobilização barata e descentralizada, alavancou a candidatura do democrata Barack Obama de forma bem mais sofisticada e eficiente do que a campanha do republicano John McCain, mais tradicional, foi capaz.

A arrecadação de recursos via web é um dos resultados mais palpáveis dessa estratégia virtual: do início de 2007, quando lançou sua pré-candidatura no Partido Democrata, ao último dia 15, Obama arrecadou US$ 640 milhões, grande parte disso por meio de pequenas doações individuais.

Entre as primárias republicanas e a campanha propriamente dita, McCain arrecadou US$ 360 milhões (incluindo o financiamento público, do qual Obama abriu mão).

Mas quem vê apenas essa quantidade abissal de dinheiro não entende como Obama venceu, nas primárias, a candidata favorita da elite democrata, Hillary Clinton. Nem como chegou à véspera da eleição como franco favorito. A chave do fenômeno está na arregimentação e organização online de voluntários (além de outras ferramentas hi-tech como mensagens de texto, anúncios em videogames ou mesmo o velho celular).

À primeira vista, quem visita os sites johnmccain.com e obama.com não vê maior diferença. Em ambos há convites para que o eleitor se inscreva, pedidos de doação e venda de camisetas e adesivos, sem falar em filmetes, textos biográficos e programa de governo. A diferença está em como os dados angariados são utilizados: na base do site obama.com, há um software de rede social mais complexo que o de um Orkut ou um Facebook.

Parêntese: nos EUA, o voto não é obrigatório e, mais difícil do que convencer um eleitor a escolhê-lo, é entusiasmá-lo a sair de casa e votar.

Quem se inscreve na rede de Obama é imediatamente convocado a ajudar. A eles, pedem, por exemplo, sugestões de nomes de eleitores com alguma inclinação democrata (e independentes ou até republicanos descontentes). Tais nomes são incluídos em grandes bancos de dados cuidadosamente estruturados, que reúnem listas detalhadas de indecisos em todo o país. É algo sem precedentes.

Então os voluntários recebem, via web, missões bem específicas como ligar ou fazer visitas a eleitores em sua vizinhança. Ganham uma lista de endereços, telefones e argumentos; e a missão de convencer potenciais eleitores um a um.

Foi nas primárias democratas no Texas, em 4 de março, que a vantagem propiciada por esse banco de dados ficou clara. Hillary era favorita, diziam as pesquisas, mas as regras eleitorais do estado são complexas. Não é apenas o voto na urna que conta. A presença de eleitores em reuniões de discussão, à noite, também tem peso. Nunca ninguém havia ligado para tais reuniões, conhecidas como “cáucus”, porque convencer cidadãos a comparecer é difícil.

Mas, com o mapa de voluntários e eleitores nas mãos e disparando emails e mensagens de SMS, a equipe de Obama enviou tantos eleitores a essas reuniões que Hillary ganhou nas urnas mas perdeu nos cáucus. Em primárias disputadas voto a voto, isso foi determinante para Obama tirar a poderosa Hillary da frente.

MOMENTO CHAVE
Obama.com é criação da empresa Blue State Digital. Seus fundadores trabalharam, em 2004, na campanha derrotada do atual presidente democrata, Howard Dean, que inovou no uso da internet. A turma estava disposta a trabalhar para quantos candidatos democratas os contratassem. Só Obama quis.

Agora chegou o momento chave. Numa eleição indireta como a dos EUA, tem mais chances quem vence nos estados com mais peso eleitoral - e mais delegados no Colégio Eleitoral. McCain conduziu uma campanha tradicional e tem sua equipe concentrada nesses grandes estados. Obama, além de funcionários pagos, também conta com o grande número de voluntários conectados pela rede mundial de computadores.

Nas últimas semanas, aqueles que vivem em estados essenciais como a Flórida foram instruídos a votar cedo, pegar seus carros e rumar para cidades específicas. Um terá a responsabilidade de dar carona a aposentados até a urna. Outro fiscalizará zonas eleitorais que deram problema em outras eleições.

Só no Missouri, estado pequeno mas decisivo, existem 25 mil voluntários pró-Obama, cuja mobilização virtual não tem precedentes. Mas eleição ainda é voto na urna, um por um. Amanhã, o resultado real.

ACOMPANHE A ELEIÇÃO NOS EUA PELA WEB

Real Clear Politics (www.realclearpolitics.com) - Com experiência desde as eleições passadas, o site reúne e consolida diversas pesquisas e é líder na categoria.

Personal Democracy (www.personaldemocracy.com) - Com cerca de 20 editores, a organização publica reflexões sobre políticas públicas na área de tecnologia.

Politico (www.politico.com) - Fundado em 2007, o Politico tem um jornal distribuído em Washington e produz conteúdo para TV e rádio.
´
Daily Kos (www.dailykos.com) - Um dos blogs de política mais famosos dos EUA, o Daily Kos foi criado em 2002 pelo jornalista Markos Moulitsas.

The Huffington Post (www.huffingtonpost.com) - Criado por Arianna Huffington, o site é o endereço político mais acessado nos EUA, com 4,5 milhões de leitores.

Drudge Report (www.drudgereport.com) - No ar desde 1994, o blog conservador foi ultrapassado em audiência pelo concorrente The Huffington Post, mais liberal.

Talking Points Memo (www.talkingpointsmemo.com) - O blog liberal começou a fazer sucesso com críticas às políticas externas do atual presidente dos EUA, George W. Bush.

TechPresident (www.techpresident.com) - Iniciativa do Personal Democracy Forum, o blog mostra como a internet e a tecnologia influenciam as campanhas.

03/11/2008
Republicano já usara a web

Não é mérito apenas do Partido Democrata o uso inovador da internet na política norte-americana. Quando o deputado federal Ron Paul decidiu disputar as primárias do Partido Republicano, em março de 2007, contratou apenas dois funcionários. Uma era Justine Lam, então com 28 anos, que teria a função de coordenar a campanha online.

Em 5 de novembro do ano passado, Paul arrecadou US$ 4,2 milhões, recorde em um só dia. “O que tínhamos era o apoio de uma base de eleitores entusiasmados”, lembra Justine. Com um pré-candidato pouco famoso – e sem poder contar com um sistema sofisticado (e caro de produzir) como o de Obama – Justine optou por usar sites públicos que facilitam o encontro de grupos interessados em um determinado tema.

“Os eleitores se organizaram por conta própria”, lembra. Paul não conseguiu a candidatura. Mas se tornou o mais popular republicano da internet.


03/11/2008
‘Internet põe a política nas mãos das pessoas'

NDREW RASIEJ, editor do site TechPresident

CAMILA VIEGAS-LEE

A internet potencializa as conversas sobre política e facilita a formação de um consenso, e essa é uma tendência irreversível. É o que diz o nova-iorquino Andrew Rasiej, que criou o site TechPresident para “cobrir como os candidatos à presidência estão usando a web e como o conteúdo gerado pelo eleitor afeta a campanha”. Leia entrevista concedida ao Link.

Pergunta: Em 2004, você dirigiu o Conselho para Tecnologia de Howard Dean (pré-candidato democrata), a primeira campanha que usou o potencial da web. Como foi?

Resposta: Ele era um desconhecido governador de Vermont que deixou um grupo de garotos de 25 anos em seu escritório enquanto levantava fundos. Na época ele era o único democrata que afirmava publicamente que o presidente George W. Bush (depois reeleito) estava errado. Então cidadãos frustrados com Bush ligavam para o escritório de Dean e pediam autorização para criar blogs de apoio. E os garotos diziam “claro!”. Assim surgiram sites como Lésbicas para Howard Dean, Donos de Harley Davidson’s para Howard Dean, Vegetarianos para Howard Dean, etc. Formou-se uma comunidade vibrante de bloggers. Meses depois, Howard foi a Nova York e seu assessor Joe Trippi recebeu uma ligação dizendo que um grupo de amigos queria encontrá-lo.Trippi respondeu que não havia agenda até saber que eram 300 amigos. “300? Vamos mudar nossa programação.” No grupo, havia um jornalista do “NYT” que escreveu sobre como a reunião só tinha sido possível por causa de uma plataforma online chamada Meetup. E assim nasceu o candidato da internet.

Pergunta: Mas ele não foi escolhido candidato do Partido Democrata...

Resposta: Howard teve dificuldades em delegar. Estava acostumado com “eu sou o candidato e vocês devem me apoiar” e não com “vocês têm o poder”. Mas arrecadou US$ 22 milhões online e hoje é presidente do Partido Democrata.

Pergunta: Qual é a diferença com a campanha deste ano?

Resposta: Hoje 60% dos americanos têm acesso à banda larga, o dobro de 2004, e 50% dizem procurar informação política na rede. As ferramentas para a organização de grupos estão muito mais poderosas. Se eu indicar um restaurante, você ficará mais inclinada a experimentá-lo do que se lesse no jornal. A opinião política também é formada por pessoas conversando ao redor da mesa, no bebedor, na fila do supermercado, na arquibancada do jogo. É lá que elas mostram seus preconceitos e medos, suas aspirações e, aos poucos, um consenso político se forma. Meu pai tem 82 anos e tem pouca familiaridade com emails, mas já mandou vídeos do Obama a 50 amigos. Teria levado um ano para comunicar sua escolha política aos mesmos 50 amigos. E não teria pego o telefone porque se sentiria muito intrometido. Com o YouTube, tornou-se um panfletário do século 21. A ecologia da mídia política mudou.

Pergunta: Como as ferramentas online ajudaram Obama?

Resposta: Ele sabe que seus eleitores distribuirão os vídeos para ele e, com isso, ultrapassou as estruturas tradicionais de poder da mídia política. Vivemos em uma economia de escassez, com espaço limitado no jornal e na televisão. Na internet, Obama pode postar explicações detalhadas de suas posições. Seus discursos foram assistidos 8 milhões de vezes no YouTube. Isso além dos comerciais de dois minutos e o infomercial de meia hora a uma semana das eleições. Ele percebeu que os americanos estão famintos por conteúdo e essas diferentes plataformas estão permitindo que ele fale sem parar.

Pergunta: E como está a campanha de McCain na internet?

Resposta: Ele também está arrecadando fundos e montando uma lista enorme de emails. Seus eleitores também postam vídeos. Há um particularmente impressionante, já visto 15 milhões de vezes, em que um jovem veterano do Iraque diz diretamente para a câmera que Obama não compreende o que é patriotismo. Ao virar as costas para sair, percebe-se que ele tem uma perna biônica. Mas McCain começou tarde, quando Obama já fazia campanha online havia 18 meses. Não separou dinheiro para investir na web, não se cercou de pessoas que acreditavam no meio, não foi capaz de construir uma comunidade online robusta.

Pergunta: Obama anunciou que Joe Biden seria seu vice por mensagem de texto.

Resposta: Ele também usa twitter. Isso permitiu que ele colecionasse 3 milhões de números de celulares e direcionasse os eleitores para o site. Assim ele obtém ainda mais dados sobre eles e, depois, poderá usá-los para incentivar as pessoas a votar. O cálice sagrado da internet é converter o entusiasmo online em ação offline.

Pergunta: Você tem dito que, independentemente de quem vença, a política nunca mais vai ser a mesma. Por quê?

Resposta: Se o Obama vencer, poderemos afirmar que foi por causa da internet. Algumas pessoas vão dizer que foi porque a economia está mal, porque ele é carismático ou por outras razões. Há vários fatores, mas, se hoje não se vence só por causa da internet, é certo que não dá para vencer sem ela.





domingo, 2 de novembro de 2008

Jovem tem dificuldade em mudar jeito de ser

CARREIRA

Intimidade indevida com chefia pode causar conflito hierárquico

Eles são a geração da internet.
A geração da velocidade, da multinformação, da busca de desafios constantes. Produzem
muito,criam muito e querem fazer a diferença na empresa.
São os jovens da chamada geração Y, que abrange os nascidos a partir de 1983. As empresas
estão lidando com eles há algum tempo e os valorizam efetivamente.
Mas será que esses jovens estão mesmo plenamente integrados no ambiente corporativo?
Será que tudo vai bem, obrigado?
Não. Não exatamente. As qualidades dessa geração são bem conhecidas e já foram
exaustivamente louvadas. Só que existem também ressalvas, particularmente quanto a questões comportamentais. E disso falam os consultores de carreiras e profissionais ligados à seleção de estágios e trainees.
O presidente do Instituto Via de Acesso, que seleciona jovens para estágios em empresas,
RuyLeal, diz que uma das questões a considerar no que podemos chamar de “pecados” da geração Y na área profissional é o pouco preparo para enfrentar um “não”, pois esses jovens foram tratados, em casa, de forma protetora pelos pais (a chamada geração X).
Outro comentário de Leal é quanto ao pouco interesse dos jovens em informar-se sobre as
regras do mundo corporativo, de seu funcionamento, da cultura, do aspecto hierárquico.
“Eles concordam que a escola não dá essas informações, mas também, em geral, não procuram
conhecer o que é o mercado por conta própria.”
E com ele concorda a consultora de carreira Marisa Silva, da Career Center: “Realmente
vejo pouco interesse nesses jovens em conhecer como funciona o mundo corporativo.
E muitas vezes eles recusam começar com tarefas mais básicas, sem paciência para esperar a
evolução, que é natural numa empresa.”

HIERARQUIA
Nas regras pouco conhecidas do mercado, entra por exemplo a questão da relação com a chefia.
De acordo com o médico psiquiatra Içami Tiba, autor de vários livros que abordam temas educacionais, os jovens da geração Y “migram” o comportamento de casa para a empresa:
“Eles tratam o chefe como tratam o pai, mas não em relação a respeito, e sim à intimidade, à
informalidade. Acham que podem falar o que pensam no tom a que estão acostumados em casa.
Só que o chefe pode aceitar isso de seu próprio filho, mas não do funcionário”.
A conclusão é o choque entre as gerações Y e X no ambiente empresarial. E considerando essa
incompatibilidade, a presidente da Companhia de Talentos, Sofia Esteves,tem um recado à geração Y: “Lembrem que os profissionais mais velhos têm muita relevância, muita importância
para a empresa, que não está nem um pouco interessada em perdê-los”.
Ela comenta que o acesso desses jovens às lideranças da empresa é facilitado, “e eles de certa
forma abusam levando questões que não são pertinentes, nem devem ser tratadas por diretores
ou presidentes. ”
Renan Miranda, de 22 anos, administrador de redes de telecomunicação
da Localcred, é efetivado na empresa e está cursando o segundo ano de Engenharia
de Telecomunicações. E falando sobre comportamento, ele diz: “Eu trabalharia de bermuda e
camiseta, mas sei muito bem que preciso me adaptar ao ambiente, inclusive no modo de
me comportar. “Ele participa de reuniões para tocar projetos e isso propicia conviver com pessoas mais antigas na empresa. “E na minha vida profissional, que começou
aos 16 anos, eu tenho em geral estado no lugar que deveria normalmente ser de alguém mais
experiente. Então, pela minha idade, tenho de me esforçar para ganhar a confiança, porque é
normal enfrentar certos receios.” Ele então se tem dedicado muito, inclusive em fins de semana,
ou madrugada, trabalhando em projetos. Aliás, essa é uma característica comum à
geração Y, segundo Tiba: produzir muito e com rapidez. E mais: “Eles conseguem trabalharem projetos de características diferentes com muita facilidade.”

AUSÊNCIA
Outro aspecto comentado por profissionais que lidam com os jovens é a prática de faltar a
eventos importantes no âmbito profissional, e isso inclui até entrevista de emprego. Ou um
compromisso relativo ao processo de seleção.
“Marcamos dinâmicas de seleção para preencher as vagas de estágio. E esses compromissos
são marcados com os candidatos por telefone em dia e horário de conveniência deles.
E posso afirmar que a maioria simplesmente não comparece”, diz Leal, do Via de Acesso. As rãzões alegadas, segundo ele: “Ah,émuitolonge...”;“Muitocedo, não levantei não....”
Sofia também tem contato com esse tipo de comportamento.
“Nos treinamentos dentro das empresas, há muita ausência”.
Ela diz que os jovens parecem não perceber que esses treinamentos são trabalho e
não extensão da escola: “Nesses eventos eles estão sendo avaliados e é preciso mostrar resultados”. E não é incomum que as empresas escolham jovens com
comportamento mais compatível com o que os empregadores esperam, mesmo que tecnicamente esses indivíduos sejam menos preparados que outros.
“Já vi isso acontecer muitas vezes”, diz Leal, enfatizando que as dinâmicas seletivas são justamente feitas para avaliar o lado comportamental.
Sofia, da Cia. de Talentos, que no ano passado recebeu cerca de 800 mil jovens para seleção,
diz que há dificuldade de preenchimento de vagas.
O motivo: comportamento inadequado do candidato. “Há empresas que flexibilizam um
tanto esse aspecto, mas há outras que simplesmente recusam a pessoa”.
Sofia diz ainda que a geração Y está habituada a que a família faça sua“agenda”(ginástica, inglês,
natação, esportes, etc...) e aí se acostumam a receber as coisas prontas. E na empresa,
lhes falta iniciativa de buscar, fuçar, se informar.
Ela ainda enfatiza que para esses jovens “o mundo gira em torno dos seus umbigos”, explicando que em geral eles têm dificuldade em reconhecer sinais não verbais, e em casos de falhas ou fracassos tendem a colocar a culpa nos outros.
Para Leal, falta também fazer um plano de vida, o que inclui a carreira. Eles vão viver
muito mais que a geração atual, com certeza. “E aos 60, 65 anos estarão em plena produção. O
que significa que terão pelo menos 40 anos de vida profissional diária pela frente e sem um plano, um foco, correm o risco de serem infelizes por acabar fazendo algo que não queriam.”

VALORIZAÇÃO
Para a estagiária Mariana Waitemann, do Instituto Solví, o que mais a está satisfazendo é a
valorização que a empresa dá a ela e a seu trabalho. Ela tem 20 anos e está cursando Comunicação.
Seu primeiro emprego foi numa instituição bancária.
“Eu de certa forma trouxe de lá uma certa frieza de comportamento, porque era um ambiente
em que se ficava apenas olhando para uma tela. Mas aqui encontrei um clima bem mais informal, mais solto. Então também me soltei, brinco com as pessoas, sinto aqui calor
humano.”
No contato com presidente e diretores, ela esquece um pouco a informalidade, mas mantém
o bom humor, “porque assim tudo evolui de maneira mais tranqüila”.
Desafios? Ah sim, Mariana precisa deles. “Sem desafios, acho que as coisas perdem a importância.”

RH está atento a possíveis conflitos de geração
●●●As empresas sabem muito bem quanto valem os profissionais da geração Y e estão dispostas
a se esforçar para mantê-los. As exigências em relação a um comportamento adequado, compatível com os valores da empresa, permanecem, mas os gestores desses jovens têm sido orientados na maneira de abordá-los ou dar feedback.
“O RH está muito preocupado com essa nova realidade. A convivência desses jovens com os
mais experientes pode sim causar conflitos”, diz a diretora-executiva da Topmind, Sandra Mauro.
A busca nas empresas, diz Sandra, está sendo no sentido da conscientização, do aconselhamento.
E seria recomendável que as empresas procurassem colocar esses jovens profissionais em
áreas que pedem um ritmo mais ágil, mais criatividade, mais desafios, inovações. “Evitar colocá-los em funções que envolvam tarefas analíticas, de maior duração, prazo maior de maturação”.
Aos gestores, o recado de Sandra é: fale a língua desses jovens, mas puxe sempre para o racional. Separe a pessoa do problema. Foque os fatos e os faça pensar. “Não os aborde com críticas, mas com aconselhamento. Porque em geral são pessoas muito carentes.” Enfim, diz ela, envolva o jovem pelo carinho, pelo bom senso e pela cumplicidade.
Sandra diz ainda que esses jovens precisam respeitar e principalmente admirar o gestor,
aquele que os aconselha. “Se ele não admirar a chefia, vai provavelmente boicotá-la”.
Para Sandra, essa realidade representa um desafio para “todos os lados”. ● MTM

Curso orienta sobre uso de internet na empresa
Hoje, é comum o uso do e-mail e da internet para pesquisar, estudar, escutar música, ver vídeos
entre outras coisas. Essas ferramentas, porém, são mal aproveitadas por muitas pessoas,
principalmente no ambiente corporativo.
Dentro desse contexto, há uma preocupação crescente quanto ao uso do e-mail e da internet,
tanto que, em algumas empresas, os novos colaboradores assinam um termo de responsabilidade sobre o uso correto desses canais de comunicação e ficam
sujeitos a penalidades caso descumpramas regras.
Com o objetivo de auxiliar os jovens nessa questão, o Centro de Integração Empresa-Escola
(Ciee) desenvolveu o curso a distância E-mail e Internet: uso adequado no ambiente corporativo.
De forma interativa, o curso apresenta conceitos e estratégias promovendo contatos produtivos
e, conseqüentemente, boa imagem para o colaborador e para a empresa.
“O jovem não pode usar a mesma linguagem do orkut, doMSN, na empresa, onde é exigida uma
comunicação formal”, destaca Rosa Simone, supervisora de Educação a Distância do Ciee. “O
acesso à internet é possível na maioria das empresas, porém por política de segurança alguns
sites são bloqueados, justamente para evitar acessos não autorizados que podem causar contaminação por vírus e sobrecarga na rede”, acrescenta Rosa.
O curso tem duração de uma hora e o Ciee recomenda que seja realizado em cinco dias. Em seu
conteúdo são abordados temas como envio e recebimento de mensagens, redação inteligente
de e-mails, curiosidades no uso de e-mails e o que pode e não pode ser feito em relação aos e-mails corporativos.
As inscrições serão abertas no dia 26 de novembro no site www.ciee.org.br.

OUTRAS OPÇÕES
Ao todo, a instituição oferece gratuitamente 23 cursos de Educação a Distância (EaD). Para participar de qualquer um deles, o estudante precisa acessar o site do Ciee e efetuar cadastro no banco de dados. ●

entendendo a geração Y

A difícil tarefa de lidar com a Geração Y Ex-presidente da Ernst & Young Julio Cardozo fala sobre a missão das empresas em entender a turma dos que querem ser desafiados constantemente Andrea Giardino

Muito tem se falado na Geração Y, formada por pessoas nascidas a partir de 1980 e que já começa a invadir o mercado de trabalho. Eles são jovens, criativos, espertos, ousados e ávidos por aprender. Desafiam regras e desprezam hierarquia. Têm pressa em ascender na empresa e na carreira. E ficam frustrados se não são promovidos rapidamente.

Pouco fiéis à empresa em que trabalham, não hesitam em ir embora caso seus objetivos não sejam correspondidos. Também não esperam permanecer no mesmo emprego por muito tempo. Mas da mesma forma como sua criatividade e agilidade de raciocínio são valorizadas pelos mais velhos, sua impaciência vem provocando conflitos no mundo corporativo.

“Precisamos ficar atentos, porque essa é uma geração muito diferente daquela que veio antes, a geração X, entre 35 e 45 anos”, alerta Julio Sergio Cardozo, Chief Executive Officer (CEO) da Julio Sergio Cardozo & Associados, empresa de consultoria especializada em gestão e carreira. Na sua opinião, o grande dilema das empresas continua sendo lidar com a diversidade de gerações. “Principalmente, quando a área de recursos humanos ainda adota políticas ‘pasteurizadas’, iguais para todos”.

Ou seja, desconsideram as diferenças de objetivos que cada uma das gerações possui. Como então dividir espaços com os “Baby-Boomers” - nascidos entre 1946 a 1964 - e a Geração X - 1965 a 1977? Este não é apenas um desafio individual, mas principalmente do RH. Para falar sobre os conflitos entre as gerações, Cardozo abriu as portas de seu escritório, em São Paulo, para conversar com nossa reportagem.

Ex-presidente da Ernst&Young para América do Sul – uma das maiores empresas de auditoria do mundo - e retrato da Geração “Baby Boomer”-, o consultor sabe muito bem a dificuldade de lidar com esse choque de gerações. Leia abaixo trechos da entrevista exclusiva concedida ao iG :

iG - Qual o desafio das empresas ao se deparar com gerações tão diferentes?
Julio Cardozo –
Dificilmente nos deparamos com uma área de RH que enxergue os valores e as expectativas, bastante distintas, das gerações encontradas nas companhias. Por essa razão, os conflitos internos passaram a ser recorrentes nas empresas e transformaram-se em uma verdadeira dor de cabeça para os líderes.
Agora tanto a Geração dos “Baby Boomers” quanto a Geração X dividem espaço com recém-formados, de 20 e poucos anos. Reconheço que não é fácil lidar com essa turma cheia de vigor e energia, armada com diplomas de MBA, fluentes em dois ou mais idiomas e que perseguem os melhores cargos. Diferentemente das antigas gerações, que em grande parte estavam acostumadas a revisões anuais de suas ações, a Geração Y vem prosperando mais rapidamente porque exige constantes feedbacks.

iG - E como os Baby Boomers vêm lidando com isso?
Cardozo –
Estão tentando se adaptar. Imagine pessoas com 60 anos passando a trabalhar ao lado de pessoas de 20 anos, super preparadas? Ainda mais quando esse grupo, dos nascidos após a Segunda Guerra Mundial, sempre ter sido obcecado pelo trabalho, em detrimento à vida familiar. Hoje, o encontramos no topo das organizações, preparando-se para passar o bastão à Geração X, que tem idade entre 30 e 45 anos. Complicado acompanhar e aceitar a visão imediatista destes jovens, que buscam respostas apenas para o mundo que estão vivendo hoje. Até mesmo por isso, eles não costumam preocupar-se com os próximos anos. Eles não planejam o futuro. Na visão deles, talvez este futuro traçado agora nem aconteça. Uma verdadeira mudança de valores.

iG – Qual a saída, então?
Cardozo -
Para aproveitar as qualidades da Geração Y, os mais velhos terão de lidar primeiro com alguns atritos, como entradas repentinas na sala, ligações diretas no ramal ou no celular e cobranças por respostas às suas demandas. Embora essa geração não aceite bem a autoridade imposta, ela gosta de escolher modelos para seguir. Conversar, envolvê-los no negócio e apresentar desafios pode fazer a diferença.

iG - De que forma o RH pode se preparar para evitar um choque entre os diversos perfis?
Cardozo –
Veja bem. É natural existir um choque entre as gerações mais antigas e as mais novas. O que não se pode aceitar é fazer de conta que essas diferenças não existem. Vou mais além. Não saber identificar o que estimula a geração do novo século e todas as outras que convivem entre si nas organizações é um erro que as empresas vão pagar caro na disputa por talentos. Sem dúvida alguma, o problema da atração e retenção de talentos está diretamente ligado a falta de uma visão mais inteligente do RH em não apenas administrar o choque de gerações dentro do ambiente corporativo como entender o que cada uma de fato quer. Não podemos esquecer que a distância entre uma geração e outra vem diminuindo de forma acelerada, ao mesmo tempo em que as diferenças entre elas se acentuam. Embora as organizações afirmem estar preocupadas em atrair e reter os melhores profissionais, elas esquecem que olhar todo mundo da mesma forma, sob o mesmo prisma, é um passo para deixá-los ir embora.

O RH e a geração Y

O primeiro Café com RH do ano explorou os principais desafios dos gestores quando o assunto é lidar com jovens talentos


Os jovens da geração Y, nascidos entre os anos 80 e 90, têm dado trabalho aos profissionais de RH de muitas empresas. Criados em um mundo dominado pela tecnologia, eles são ágeis e estão acostumados a realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. Porém, são muito questionadores e inquietos. Como lidar com esses jovens? E como tirar proveito de suas competências e habilidades? Essas foram as perguntas que nortearam o primeiro Café com VOCÊ RH do ano, que teve como convidados Sofia Esteves, diretora do Grupo DM, que engloba a Companhia de Talentos e a DM Recursos Humanos, e o professor Moisés Balassiano, da FGV-RJ. A editora da VOCÊ RH, Daniela Diniz, mediou o debate, que abordou os principais mitos e preconceitos que envolvem essa geração e provocou os RHs, para que eles repensem seu atual modelo de atração e retenção. Para Sofia, esses jovens têm uma visão muito imediatista e buscam respostas apenas para o mundo em que estão vivendo, ou seja, para o presente. “Eles não planejam o futuro. Na visão deles, talvez este nem aconteça”, afi rmou Sofia durante o debate. O professor Moisés destacou os jogos eletrônicos como os grandes infl uenciadores da geração Y. “A forma de aprendizado nos games é a de tentativa e erro. A cada nível, o jogo apresenta novos desafi os e situações diferentes”, disse Moisés. “E é dessa forma que os jovens se comportam no ambiente de trabalho.” Usando a analogia, no jogo, apertando uma tecla, é possível começar tudo de novo. Na empresa, basta pedir demissão. Se eles não estão satisfeitos com a organização em que trabalham, procuram outra. E assim como no jogo, a fila anda. “Esse profi ssional veste duas camisas: a da empresa por cima e a dele por baixo”, completou Moisés. “Antes nós os selecionávamos. Hoje, são eles quem nos escolhem.”

MUDE A ROTA
Se o funcionário pensa e age de forma diferente, as empresas e seus gestores precisam mudar suas velhas práticas de treinamento e retenção. Não adianta, por exemplo, focar em bons salários para segurar esses jovens. Eles querem ganhar bem, sim, e buscam segurança também. Mas eles estão
atrás de desafi os, bons projetos e querem ter prazer no que fazem. “O grande desafi o é construir programas de incentivo para atrair esse profi ssional”, diz Sofia, que ressaltou a ânsia dos jovens para crescer logo na carreira, especialmente os que participam de programas de trainees. E aí vale outro alerta para os gestores: prometeu, tem de cumprir. “O estagiário agradece a oportunidade do emprego”, avaliou Sofia. “O trainee cobra o que a empresa tem para oferecer.” Cabe também às empresas, na visão de Moisés, o papel de ensinar esses jovens. Por mais que atualmente haja cursos universitários que ajudam o aluno a pensar de forma estratégica e a dar soluções criativas, o verdadeiro lugar para os representantes da geração Y aprender ainda é a empresa. E isso mais do que nunca é um poderoso instrumento de atração e retenção para essa turma.